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Já reprografei aqui inúmeros devaneios intimistas, explorando meu infinitamente vasto universo interior. Já os levei comigo em incontáveis viagens intergalácticas, por diversas constelações de sentimentos, recordações - fantasiosas e não -, tramas, projetos, alegorias...
No entanto, por mais que esas viagens nunca tenham se limitado a minha pessoa, por mais que eu tenha deixado bastante evidente a enormidade dessas galáxias minhas que é composta por outras pessoas, acredito que eu não tenha, ainda, os levado em nenhuma jornada cujo foco não seja eu; ou, pelo menos, por mais que tenhamos perpassado alguns, não viajamos ainda por universos alheios ao meu.
Não viajamos, quero dizer, não viajamos juntos. Porque, particularmente, gasto quase tanto tempo nos universos alheios, quanto no meu. Nada me fascina como as pessoas.
Se você puder abrir seu coração e sua mente, um pouquinho que seja, e treinar um pouco seus olhos, você vai estar apto a passar tempos e tempos observando as pessoas.
Parafraseando a mim mesmo: "Não há como escondermos quem somos, nossa essência. Não precisamos falar, nem mesmo agir para sentirmos aquilo que somos, e isso é o bastante para emanarmos uma energia, que é reflexo daquilo que somos." ( http://marcolinoo.blogspot.com/2009/02/exame.html ) Sente-se num banco no parque e abra seus olhos (and I mean realmente abra seus olhos): pessoas que você nunca viu e provavelmente nunca mais verá ganham traços extremamente nítidos diante dos seus olhos abertos! Não tô insinuando que somos todos livros abertos e que qualquer um pode saber qualquer coisa sobre qualquer um só "lendo"; nem que dá pra sair por aí invadindo a privacidade dos outros e descobrindos os segredos deles. Não é isso. Mas é inegável que é possível (e absurdamente divertido!) ir razoavelmente fundo no universo particular de alguém que você vê ou com quem você coversa, mesmo sem que a pessoa se abra pra você. Quanto mais contato houver, mais fundo se vai. E, a não ser que a pessoa tente te enganar =S , a visão que você tem é bastante fiel. Traços físicos, comportamento, voz, modo de falar, olhos, emoções, gestos...... todos esses aspectos, consideravelmente transparentes em qualquer transeunte, são reflexos, ou melhor, partes do universo interior daquela pessoa.
A partir do momento em que aprendi a observar essas pequenas coisas, adquiri tamanho fascínio.
Tem um revés, no entanto: as pessoas que te incomodam (eu diria "de que você não gosta", mas acho isso forte, no mau sentido) chegam à beira de serem insuportáveis. Não dá pra abrir os olhos querendo ver só "coisas bunitinhas e encantadoras".
Mas isso não é nada, comparado com a quantidade embasbacante de "coisas bunitinhas e encantadoras" que você de fato vê pra todo lado que você olha. Torna-se enormemente fácil gostar de alguém, mesmo sem conhecer a pessoa. As pessoas que você ama transforman-se em celestiais colírios para seus olhos. Seu grupo de amigos converte-se num parque de diversões de sonho de criança. Sua escola/faculdade/trabalho toma um quê de lar, seus colegas, de família. Qualquer situação, boa ou ruim, ganha um sopro refrescante e revigorante de ar puro, vindo das pessoas que a compõem.
Amo muito ser Contemplador de Pessoas. ^.^"
6 comentários:
Amo muito tudo isso!
e yup, já tentei fazer o mesmo, mas sempre me esqueço, e no fim chutei o balde. Agora com seu texto o processo ficou mais claro, e então vou tentar experimentar o mesmo que tu (mesmo que seja só o lado ruim, das pessoas que me incomodam)
É um começo, de Piulas-boy. ;p
Grazie pelo comentário :]
AH! contemplar as pessoas com as quais você não simpatiza tem uma carga de diversão grande demais!
eu me divirto, mas, de fato, é mais agradável observar serenamente àqueles com quem você simpatiza ou àqueles a quem você não conhecce (o que pode acabar sendo a mesma coisa, em certos casos).
É, depende muito do que que você quer com a "observância". Eu geralmente quero achar coisas de que eu goste, que me acariciem a alma, por assim dizer.
Mas, de quando em vez, eu me divirto horrores observando as pessoas com quem meu santo não cruza muito. =P
eu tô bolando uma correlação entre velocidade dos passos, intensidade das pisadas, e inclinação do corpo, para encontrar o, possível, estado emocional dos transeuntes, os quais observo.
[não, eu não tô zuando.]
[e, sim, vc pode me ajudar, marcolino do meu coração.]
"A partir do momento em que aprendi a observar essas pequenas coisas, adquiri tamanho fascínio."
Agora, experimente com mais uma pessoa, inventar diálogos/ pensamentos dos transeuntes, é muito divertido!!!
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