CIENTIFICISMO + LIRISMO

Mas a vida é tão maior que as palavras...

"(...)quando o acontecimento não cabe nas palavras, eu costumo usar as palavras, ao contrário, para caberem no acontecimento. Não é a mesma coisa, né, mas quase serve."

(Thami)

domingo, 7 de junho de 2009

Máquina Junina, Festa do Tempo

É... Bem já disse James Taylor, "a coisa sobre o tempo é que ele não existe de verdade, é só seu ponto de vista".

Me tomou de surpresa - sublime surpresa - o fato de a maior invenção jamais inventada, o maior sonho dos cientistas românticos, a mais freqüente viagem dos escritores de ficção científica já existir, escondida sob o disfarce de algo tão ordinário.

A máquina do tempo é uma festa junina.


E ela é a prova de que JT acertou na mosca.

Este ano trouxe para mim um novo Big Bang. A minha galáxia de origem, tão lindamente construída ao longo de toda a minha vida, havia aberto espaço, dado passagem a uma nova galáxia, com potencial para ser tão plena quanto a passada.

Eis que surge, então, em meio a essa galáxia em expansão, uma festa junina, própria da galáxia passada. E ela se revela ser uma máquina do tempo que a imaginação do mais literato dos cientistas românticos jamais alcançou - uma porta, que, ao mero olhar, se abriu e me transportou instantaneamente para o passado, para quando a galáxia passada preenchia absoluta o reino da minha alma.


Tamanha instantaneidade me deixou atordoado, grogue, até mesmo alto, se preferir, dominado por um sentimento de nostalgia que regredia, tornando-se, também instantaneamente, o prazer da companhia e depois ainda a alegria eufórica do encontro. Anosluz se aglomeraram, não sem um pouco de atropelo, em um só lugar, em uma só festa junina.

As estrelas da galáxia passada, algumas também parcialmente deixadas, umas mais que outras, no passado, fizeram-se presente naquele local, brilhando mais que nunca, bastante lustradas pela saudade, mesmo (ou especialmente) as que há tempo não eram dignas de destaque. As estrelas da galáxia presente não se ofuscaram, no entanto. Apesar de (ainda) não terem se misturado a essa galáxia passada, seus brilhos atravessaram a porta da máquina e piscaram aqui e ali, lembrando-me da saudade que sinto desse futuro.


Passado... presente... futuro... Tempo... WTF?! Nada disso existe! Ou melhor: nada disso importa.

A máquina do tempo é mais que uma festa junina - é também uma epifania:

Estrelas não morrem. Não nas minhas galáxias, não no meu Universo. Sequer seus brilhos diminuem. O tempo não tem a mínima importância em meu contexto, não interessa nem mesmo se existe ou não. Cabe até uma correão na minha tradução inicial de James Taylor: The thing about time is that time isn't really real, it's just your point of view = A coisa sobre o tempo é que o tempo não é realmente real, é só seu ponto de vista.


Minhas estrelas vão brilhar absolutas sempre que eu olhar para elas.

Um comentário:

Caíque Pinheiro disse...

de fato, aquela festa fez lembrar boas coisas.