CIENTIFICISMO + LIRISMO

Mas a vida é tão maior que as palavras...

"(...)quando o acontecimento não cabe nas palavras, eu costumo usar as palavras, ao contrário, para caberem no acontecimento. Não é a mesma coisa, né, mas quase serve."

(Thami)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ensaio sobre a Tristeza

Sempre há, por trás de uma tristeza, uma causa - geralmente uma situação. Entendendo como "problema" um "conflito afetivo que impede ou afeta o equilíbrio psicológico do indivíduo" (Aurélio), pode-se considerar essa causa, essa situação como sendo um problema, e, como para todo problema, espera-se encontrar, eventualmente, uma resposta - no caso em questão, não necessariamente uma que solucione o problema, mas uma que ao menos ajude a atenuar o desequilíbrio. Em suma, acompanhando um estado de tristeza, há sempre o intuito de reestabelecer o estado de equilíbrio do psicológico, ou, em outras palavras, sentir-se melhor, eventualmente.


Particularmente, quando me encontro eu em situações assim, não encaro a tristeza como sendo ruim; por mais que eu deseje, intimamente, que a situação que a causou jamais tivesse ocorrido, olho para a tristeza como algo, até certo ponto, bom. Por isso guardo certas restrições quanto a receber e oferecer ajuda, mais precisamente quanto à forma com que a ajuda se presta.

Não gosto, me incomoda quando as pessoas, ao me consolar, me oferecem razões pelas quais não ficar triste. Reconheço - e fico enormemente grato - o genuíno interesse em me ajudar, assim como reconheço a minha chatice. Mas a questão é que, a meu modo de ver, existem momentos que pedem o sentimento de tristeza - faz bem, o coração fica escancarado, ficamos moles, vulneráveis; essa combinação possibilita que a mente se abra para enxergar certas coisas, e isso é fundamental para que possamos crescer. Nesse aspecto, acredito que momentos de tristeza sejam momentos íntimos, que devamos passar conosco mesmos, trabalhando nossas mentes, nossos corações, voltando-nos para nós mesmos.

O outro aspecto que julgo fundamental em momentos de tristeza é a presença e o papel dos amigos. Em poucas palavras, se estamos tristes, o papel de um amigo é nos consolar - consolar: "aliviar ou suavizar a aflição, o sofrimento" (Aurélio). Falando como um amigo, acredito que nosso interesse primordial seja ver as pessoas que amamos, nossos amigos, bem. Assim, não cabe a nós resolver o problema de quem queremos ajudar, por mais que isso nos doa; cabe a nós, sim, oferecer nossa amizade, oferecer momentos de qualidade conosco, os quais permitam uma troca de energias saudáveis, por meio da qual possamos acalmar a alma, ajudar a amenizar o desequilíbrio de nosso amigo - consolá-lo, pura e simplesmente; e, com isso, talvez, até ajudá-lo a encontrar a resposta de que precisa.


São momentos difíceis, porque são como provas. Oportunidades de crescimentos nos levam aos nossos limites, nos levam a ir além de nós - por isso crescemos.

Uma dica: um abraço é sempre (muito) bom (demais).


Ah, só pra constar: não sou eu que tô triste; continuo feliz como poucas vezes estive. =P

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