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Particularmente, quando me encontro eu em situações assim, não encaro a tristeza como sendo ruim; por mais que eu deseje, intimamente, que a situação que a causou jamais tivesse ocorrido, olho para a tristeza como algo, até certo ponto, bom. Por isso guardo certas restrições quanto a receber e oferecer ajuda, mais precisamente quanto à forma com que a ajuda se presta.
Não gosto, me incomoda quando as pessoas, ao me consolar, me oferecem razões pelas quais não ficar triste. Reconheço - e fico enormemente grato - o genuíno interesse em me ajudar, assim como reconheço a minha chatice. Mas a questão é que, a meu modo de ver, existem momentos que pedem o sentimento de tristeza - faz bem, o coração fica escancarado, ficamos moles, vulneráveis; essa combinação possibilita que a mente se abra para enxergar certas coisas, e isso é fundamental para que possamos crescer. Nesse aspecto, acredito que momentos de tristeza sejam momentos íntimos, que devamos passar conosco mesmos, trabalhando nossas mentes, nossos corações, voltando-nos para nós mesmos.
O outro aspecto que julgo fundamental em momentos de tristeza é a presença e o papel dos amigos. Em poucas palavras, se estamos tristes, o papel de um amigo é nos consolar - consolar: "aliviar ou suavizar a aflição, o sofrimento" (Aurélio). Falando como um amigo, acredito que nosso interesse primordial seja ver as pessoas que amamos, nossos amigos, bem. Assim, não cabe a nós resolver o problema de quem queremos ajudar, por mais que isso nos doa; cabe a nós, sim, oferecer nossa amizade, oferecer momentos de qualidade conosco, os quais permitam uma troca de energias saudáveis, por meio da qual possamos acalmar a alma, ajudar a amenizar o desequilíbrio de nosso amigo - consolá-lo, pura e simplesmente; e, com isso, talvez, até ajudá-lo a encontrar a resposta de que precisa.
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São momentos difíceis, porque são como provas. Oportunidades de crescimentos nos levam aos nossos limites, nos levam a ir além de nós - por isso crescemos.
Uma dica: um abraço é sempre (muito) bom (demais).
Ah, só pra constar: não sou eu que tô triste; continuo feliz como poucas vezes estive. =P
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