Ando vendo/ouvindo várias retrospectivas nostálgico-filosófico-interioristas, seja em blogs de amigos, seja de suas bocas. Momentos marcantes, épicos... Algumas memórias comuns me contagiam, mas nada de eu ter semelhantes insights e/ou resoluções.
Tô completamente imerso em vestibular, era de se esperar que eu estivesse extremamente visionário, "sonhativo", recolucionário-estilo-hippie-quero-mudar-o-mundo... E nada.
E também não é o vestibular que tá atrapalhando ao invés de ajudar. Todo fim de ano pra mim é exatamente igual ao resto - tirando as férias, que, essas sim, o vestibular tá atrapalhando. =P
Me parece (sim, chego realmente a pensar isso) incrível, mas esse negócio (não querendo menosprezar.. só não achei palavra melhor que "negócio") de fim de ano, começo de ano, ano novo... simplesmente não me atinge (de novo, não me veio nada melhor que "atinge").
Às vezes, tipo agora, fico pensando sobre não pensar nessas coisas...
E o que eu percebo é que eu penso, sim, nelas. Só que eu penso nelas todo dia.
Todo dia, quando eu deito, eu penso em como foi o dia, o que teve de bom, o que teve de ruim, rumino em cima do que foi bom... e projeto minhas expectativas e planos pro dia seguinte. E todo dia eu acordo e penso no que eu pensei na noite anterior, tiro os "sonhos acordados" da lista de planos e ponho na de sonhos; revejo os planos "realizáveis"; e vou tocar minha vida.
Aí chega no dia 31 de dezembro, todo mundo fazendo simpatia, pulando ondinha na Lagoa, e eu olhando com minha cara blasé. "Tanta gente fazendo tanto estardalhaço porque escolheram um dia pra olhar pra algo que tá lá todo santo dia", eu penso, nos auges da minha rabugentisse.
Aí eu me dou um tapa psicológico na cara e encaro a coisa boa da coisa: tanta energia boa concentrada num intervalo de tempo tão pequeno, é quase uma overdose homeopática de coisa boa que faz bem. Aí eu troco o "blasé" por "bêbedo".
Sabe, não é que me faltem memórias boas pra narrar em uma retrospectiva do ano... Realmente não faltam. Acho que o que realmente me impede de seguir a febre retrospectiva bloguística é minha incapacidade de selecionar algumas mais especiais e escrever sobre elas. Não que não haja algumas mais especiais. Há. Mas é demais pra mim falar sobre elas em um texto, sem deixar a barra de rolagem praticamente invisível. Está fora do meu alcance alcançar um meio termo entre blasé e bêbedo, no que diz respeito a escrever sobre minhas memórias e meus sentimentos.
A alguns deles (meus amigos) não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Esse trecho, de Vinicíus, resume bem o que, frequentemente, me desanima de escrever coisas como essas retrospectivas. Tenho medo de não ser fiel na reprografação do verdadeiro sentimento (blasé). E tenho medo também, caso consiga ser fiel, de "exagerar" (bêbedo).
Aqui, por exemplo, resolvi ignorar o medo de não ser fiel e acabei, a meu ver, exagerando. Aí acho que, em meio à "bebedez", disse tudo, mas disse tanto que acabei nada dizendo.
Mas... como disse... foi só um momento "descarga de pensamentos". Passou já.
3 comentários:
maior e vacinado, né? Nada de acessos dromomaníacos ou semelhantes. Eu admiro isso.
Duas coisas:
ondinhas são puladas no mar, não na lagoa, em especial da Pampulha! hahaha...
e no auge da sua ''rabugentisse'' o seu pensamento é absolutamente condizente com o que minha cabeça chama de realidade.
Post preguiçoso e chato.
Não tem ondinha, e também não tem fogos de artifícios todos os dias.
Tá, trolling a parte, num comentário mais pertinente~sempre fui (muito mais que vc) rabugento no fim do ano, em particular no natal, sendo esse foi o primeiro em muito que não passei [tachado]deprimido[/tachado] rabugento. Me sinto um idiota. Espero que você também se sinta como um na próxima passagem!(se sinta, pq ser vc ja eh)
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