Em cima do muro sempre foi um ótimo lugar para se estar. Isso porque, já que acreditam que "em cima do muro" não existe, posso ora pular para cá e estar deste lado, ora pular para lá e estar daquele lado, ora pular para acolá e estar daquele outro lado. Isso sempre foi utilíssimo, socialmente, e nada-demais, moralmente.
Sempre adorei usar cartolas. Além de me emprestar um certo ar de sapiens sapiens, ajudam a guardar certos "impulsos personais": é só tacá-los lá dentro, e ninguém vê. Isso sempre foi utilíssimo, socialmente, e nada-demais, moralmente.
Esse sempre fui eu. Em cima do muro, cartola na cabeça.
Mas...
...chegou uma época em que as coisas começaram a se complicar (leia-se serem complicadas). Nesse vai e vem de cima do muro, gradualmente, as cartolas começaram a se encher demais, em função de manter o social vivo.
Aí elas explodiram. E implodiram o muro. E o social morreu. E tudo passou a ser algo demais, moralmente.
3 comentários:
se o Hífen vai cair, pode ser que o muro e a cartola também. Nada-demais, mas, quando cair, algo demais acontecerá.
Pois o hífen caiu.
Cai, o rei de espadas
cai, o rei de ouros
cai, o rei de paus
cai, não fica nada
De vez em quando, minha cartola cai e meu muro balança. Quero ver quando tudo explodir...!
"Isso sempre foi utilíssimo, socialmente, e nada-demais, moralmente."
Adorei o texto Marquitos!
bjus
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