CIENTIFICISMO + LIRISMO

Mas a vida é tão maior que as palavras...

"(...)quando o acontecimento não cabe nas palavras, eu costumo usar as palavras, ao contrário, para caberem no acontecimento. Não é a mesma coisa, né, mas quase serve."

(Thami)
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terça-feira, 13 de abril de 2010

Utopia (not)

"(...)

Minha aversão é à passividade com que as pessoas simplesmente aceitam e fazem as coisas, simplesmente porque "é assim". Se tem uma batalha que eu luto em todos os momentos da minha vida, é a batalha da consciência, a batalha contra a alienação. Eu acredito que tudo na vida é uma escolha, por mais estupidamente óbvia que seja, e que deve, portanto, ser encarado como escolha: com o máximo possível de consciência, consciência de o que se está escolhendo, das razões e das conseqüências da escolha. Pra mim, a vida só pode ser plena mediante a PLENA consciência de TUDO que se vive.

E sabe que eu acho que é essa falta de consciência uma das coisas que mais atrapalha o "convívio social" de forma geral? Todo mundo tem coisas boas em si para oferecer... tanta gente tem tanto...! Mas uma infinidade de tabus e "regras sociais" seguidas cegamente aterram essas coisas. Não digo para abolir essas regras - elas existem e se consolidaram na cultura porque freqüentemente são úteis, e ignorá-las completamente é até perigoso. Mas, como tudo na vida, um meio termo seria o ideal. Imagina como seria incrível nosso mundo, nosso dia-a-dia, se as pessoas percebessem que podem escolher, de acordo com cada pessoa com que convivem, escolher se seguem ou não essas regras; se as pessoas tratassem umas as outras como indivíduos individuais (com licença do pleonasmo), ao invés de como estereótipos e padrões...!

Mas isso é muito difícil, dá trabalho demais; além disso, pode nos deixar mais vulneráveis a nos machucarmos com decepções e afins, quando fizermos alguma escolha equivocada, quando tomarmos alguma decisão errada... #fail

(...)"

(Trecho de carta pra Thami (que ela provavelmente vai ver aqui antes de chegar pra ela na íntegra :P ))

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Sentimento Supremo

There is a feeling like the clenching of a fist. O amor flui na alma como o sangue nas veias: abrangente, completo, quente, intenso, voraz; o amor dá ao espírito o calor que o sangue dá ao corpo. O amar, o sentir o sangue correndo nas veias, o sentir-se vivo são sentimentos cuja força transcende e nos faz transcender nossa existência individual; é uma força que deixa pegadas na lua, que nos faz ser parte de tudo, que nos faz ser tudo.

There is a hunger in the center of the chest, uma fome às avessas, uma fome de alimentar os outros, de alimentar o mundo. O amor é uma força que corre por nossos seres, com uma intensidade tão monumental que o faz querer sair. Nosso coração, nosso amor sentem a urgência, a fome de sair, sair e alimentar outros corações, outros amores.

É nesse momento que o amor assume a forma de algo um pouco diferente, the ultimate feeling, o sentimento supremo, if you will. Um sentimento que, me atrevo a dizer, eleva o homem ao nível em que se encontra Deus, o une a Ele, quiçá o torna Deus; ou, pelo menos, o mais próximo que se pode chegar disso.

Carinho.

Carinho é completa doação. Carinho é "sucumbir" ao amor in-te-gral-men-te; é cada fibra do seu corpo, cada elétron do seu espírito abraçar, fisicamente ou não, cada fibra do corpo, cada elétron do espírito da outra pessoa, transmitindo inteiramente para ela tudo aquilo que existe de bom em si; torna-se, assim, parte da pessoa, e a pessoa, parte de você - não há distinção entre as duas existências; há somente uma, maior, completa; duplamente, unicamente individual.

E é ser, ali, no ato do sentimento do carinho, plena e genuinamente feliz.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Considerações...

Tenho que me policiar muito com relação a arrogância/prepotência, por causa da minha maneira mais analista de exergar as coisas. Tenho que tomar muito cuidado pra não achar que, por conta disso, eu tenho uma visão mais clara, mais próxima da realidade do que a de outras pessoas.

Aliás

tenho que tomar cuidado pra não me embaraçar com a idéia de "realidade". Eu tô mais próximo da MINHA realidade, mas não da das outras pessoas.

É isso que eu tenho que repetir pra mim mesmo de vez em quando, tipo um mantra,
até eu incorporar direito - ou perceber que tá errado.

E, agora que eu tô aprendendo a expressar mais veementemente minhas opiniões, eu tenho que sempre deixar claro que, como eu escrevi no Exercício, "posso sim te oferecer minha experiência, mas pra que você se inspire, não se espelhe."

sábado, 19 de setembro de 2009

Exercício

ϟ Luana:
marcoliino [posso te chamar assim, né?] sabe, eu te add, e nunca nem falei contigo :$

pois bem, rapaz, mas me responda a um enigma: como tu consegue ver tanta beleza dentro das pessoas? sabe, eu queria ser assim, mas por mais que eu tente, acho que já estou meio contaminada por esse mundo ><

me responde? eu preciso saber isto ^^

beiijo, e um lindo dia pra ti ;*


Pode me chamar do que você quiser, bem ^^ adoro apelidos ;+D

E, sobre ver beleza dentro das pessoas... É um exercício, sabe.. Um exercício que qualquer pessoa pode praticar.. e o mundo ia ser muito mais leve se todo mundo o fizesse..

Pra mim fica fácil falar isso, porque eu - mesmo depois da infância (porque criança nunca fica muito pensando no mau do mundo pra querer se isolar dele) - nunca quis me fechar. Nunca fui "contaminado por esse mundo", como você colocou.
Então claro que pra mim fica fácil falar, porque eu não precisei realizar essa transição, essa "purificação", por assim dizer, de más impressões e energias - essa que é a parte, eu deduzo, mais "chata" (eufemismo) do processo.

Mas eu realmente acho que isso é pra qualquer um e pra todo mundo.

Bom, tendo clareado isso ^.^"

Veja bem: a questão toda é que o mundo é regido por energias. Tudo é regido por energias. Qualquer pensamento, qualquer sentimento, qualquer sensação, por mais simples e efêmeros que possam ser, geram energia.

E essa energia é "qualificada" de acordo com a natureza, o conteúdo desse pensamento (ou qualquer um dos outros). Basicamente: pensamentos positivos geram energias positivas, pensamentos negativos geram energias negativas, e tudo no meio do caminho seguindo a mesma lógica.

Não tenho muita certeza se a palavra mais adeqüada é "gerar", mas talvez "emitir", porque essas energias saem de nós, fazem parte de nós. Nossa vida toda deixa impressões em nós, fundamentalmente como energias - assim como nós também deixamos nossas impressões em tudo.

Cê acredita em espírito? Não fantasma, espiritismo, umbanda... Só espírito mesmo, nossa essência, aquilo de nós que tá além do corpo físico, a mente, o coração...

Eu não sei onde termina o espírito nosso e onde começam essas energias. Acredito que não haja separação. Nós somos essas energias tanto quanto somos nós mesmos, e elas também são nós (construção estranha =p ). Essa é a tal unidade, de que tanta gente fala (pelo menos assim eu acredito =P ). Digo mais até: pra mim, Deus é isso.

O exercício de abertura a que eu me referi permite que cada vez mais se "enxergue" essas energias.

Eu já cheguei num ponto em que eu olho pras pessoas e, se presto um pouco de atenção por um pouco de tempo, eu acredito que consigo "ver" as energias mais fundamentais delas, quer dizer, as que estão mais marcantemente presentes na personalidade delas. Os valores, se preferir.

Não é como se as pessoas fossem livros abertos pra quem tiver a capacidade de lê-las.. não leio pensamento de ninguém, nem consigo ver o passado.. não é isso. Tampoco tenho a inocente tolice de acreditar que, só com isso, conheço as pessoas. É questão de sentir. Consigo, mesmo, é sentí-las - uma pequenina parcela, mas consigo. O exercício leva a isso, e a beleza tá . Não é ver, é sentir a beleza. Por isso é tão lindo.

Experimento sentir a beleza dor laço de amor que existe entre você e um amigo. Não existe nada mais divino. Simplesmente não existe. Ou mesmo experimente "saborear" um traço de afinidade que você descobre entre você e algum colega não tão próximo. Energia não tem início ou fim, é adimensional, é etérea, imaterial. Assim como o é seu espírito. Sentir os dois juntos... Não tem explicação.

Repondida a parte sobre como ver a beleza.

Mas - cê deve tar pensando - se pensamentos ruins emitem energia tanto quanto os bons, só que energias ruins, como eu evito isso? Como eu não tomo um banho de negatividade enquanto me distraio com as coisas bonitas? Essa é a outra parte da sua pergunta original.

Bom, acontece que não tem essa de se abrir só pras energias boas. Cê só consegue aquele efeito de que eu falei, se você baixar as guardas, se abrir mesmo, permitir que o mundo deixe as impressões dele em você. E aí, a princípio, não tem como filtrar as coisas postivas das negativas.

Mas não, eu não tomo um banho de negatividade enquanto me distraio com as coisas bonitas. Aí já é outra questão, diferente. Não se trata mais do exercício de se abrir. E esta outra questão, ao contrário da aí de cima, eu não domino muito, intelectual e racionalmente falando, então o que eu falar daqui pra frente já assume caráter mais especulativo. São, na verdade, duas questões: sabedoria corporal e afinidade.

"Sabedoria corporal" foi um conceito ao qual eu fui introduzido com a leitura do já famigerado O Caminho do Guerreiro Pacífico. Trata-se do fato de que, como já mencionei aí pra cima, somos parte do todo assim como o todo é parte de nós. Temos, por consegüinte, a sabedoria de todo o universo intrínseca em nosso corpo - não tanto quando em nosso espírito, but still. Isso até que ainda tem tudo a ver com o exercício da abertura: quanto mais nos abrirmos, além da cada vez mais evoluída interação com as pessoas, também mais em sintonia com o universo, com o todo estaremos. Essa sintonia, esse sentir Deus (como gosto de pensar) libera gradativamente a sabedoria corporal.

Não sei explicar o que é essa sabedoria. Não é no sentido intelectual, não é conhecimento. É sentir-se fluir em sintonia com o universo, é sentir-se natural. Mas não há necessidade alguma de explicar isso. A compreensão virá quando vier - dã =P E vale dizer: é justamente a aquisição, mesmo que gradativa, dessa sabedoria que impede que a abertura seja uma prática irresponsável, inconseqüente e, coseqüentemente, perigosa.

A outra questão é uma das leis mais básicas e fundamentais do universo: a afinidade. Os afins se atraem. Isso é inexorável. Simples, se assimilado através da sabedoria corporal; bem mais complexo do que o tratamento que usualmente recebe por aí, se analisado sob a ótica racional. Essa complexidade demanda um estudo mais aprofundado para a compreensão - motivo pelo qual não posso dizer que, racional e intelectualmente, eu domine esse tema.

Mas, grosseiramente falando: energia é vibração, tem uma freqüência característica. Energias postivas possuem vibrações mais elevadas; negativas, mais baixas. Quando emitimos, por qualquer forma, energia em uma determinada faixa de vibração, ela se propaga e interage com outras energias; a interação é tão maior quanto mais próxima for a gama de vibração das energias que ela encontrar pela frente. E essa interação, obviamente, deixa suas impressões em nós.

Afinidade é isso - interação de energias.

Falando especificamente do caso da sua pergunta: o próprio medo, ou um receio que seja, de ser inundado por energias negativas, caso se abra, emite uma energia que vibra "próxima" a essas mesmas energias negativas; mais próxima, pelo menos, que às energias positivas.

A recíproca, no entanto, é claramente verdadeira: ponha um sorriso de bom-dia na alma e saia por aí e veja o bem que isso fará a tantas pessoas no seu caminho - e a você!

Por isso é um exercício, por um lado, particular, e não tem como eu te dizer como proceder. Tudo que eu te disser sobre esse aspecto será baseado na minha própria experiência, por isso será como se eu estivesse "diagnosticando" a mim, e não a você.

Por outro lado, posso sim te oferecer minha experiência, mas pra que você se inspire, não se espelhe. E foi isso que tentei fazer aqui.

Além disso, falar a esse respeito é também pra mim um ótimo exercício e muito me faz bem. Porque parte do processo é se abrir pra si mesmo. ^^

[E a grande maravilha desse assunto é que tem sempre muito muito mais pra se falar. (: ]

Entããão, Lu [posso te chamar assim, né? ;)~ ], é isso. =P Um abração grandãozão pra você. ^^

terça-feira, 11 de agosto de 2009

:)

Se eu pudesse olhar pra mim agora... mas realmente olhar, olhar com a alma... Tantas cores, tanta luz...!

Mesmo depois de tudo por que já passei continuo a me surpreender com o poder disso. É tanta força, que responder a alguém que "estou feliz" é infantilmente redundante.

Estou... ultra-sensível.
Não no sentido de chorão.
Ultra sensível porque minha emoções, meus sentimentos, minhas energias estão absurdamente afloradas, insitadas, estimuladas ao seu máximo (se é que existe um).

Um belo salto... pra quem por três semanas ficou "entornado" em seu corpo, gripado, materializado à força e incomodamente... e, agora, subitamente, eu não poderia estar mais desligado do meu corpo - ou melhor, meu corpo não poderia estar mais ligado ao mundo das energias: a "simples magia", a princípio física, do encontro pôs-me em posição de tiro - meu corpo apontado para meus amigos e minha alma disparada para eles.

Nesses momentos... sinto que sou tudo que posso ser; sinto que a vida valeu e vale a pena; sinto que não só estou no caminho certo, como esse caminho me leva por passeios pelos Jardins; sinto-me completo, realizado, perfeito na minha imperfeição; sinto-me ligado a tudo, sinto que sou parte de tudo, do todo, e que tudo é parte de mim - sinto Deus.

E não tenho como expressar o quanto sou grato por esses momentos serem tão rotineiros.


"It's a simple thing that came to me and I thank God I'm alive."

terça-feira, 23 de junho de 2009

Joãozinho e o Mundo das Idéias

Joãozinho vivia no Mundo das Idéias, e isso vinha lhe causando surtos de vertigem e claustrofobia recentemente.

- Isso me lembra aflitivamente de O Show de Truman... - desabafou Joãozinho.

- O quê, você não acha que tudo isso aqui é mentira...? - Joãozinho retrucou.

- Não, não é isso. Jamais insultaria esse mundo com uma blasfêmia dessa.

- Ah, bom.

- A questão com O Show de Truman é a existência de um mundo ao redor do dele, fora do dele, ao qual ele é completamente alheio...

- Mas você não é completamente alheio ao Mundo Material.

- Eu sei que não.

- Mas isso não te impede...

- ...de sentir vertigem ao olhar daqui de cima para ele tão longe lá em baixo, ou claustrofobia ao notar quanta coisa que não faz parte de mim, ou das quais não faço parte, há ao meu redor? Não, não impede.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Devaneios III (Memórias)

"É que os momentos felizes tinham deixado raízes no seu penar."

Às vezes eu me pergunto se há alguma coisa relacionada a sentimento que não seja traiçoeira... Ultimamente, até minhas memórias, felizes recordações, tão amadas lembranças... até elas têm me passado a perna, uma vez ou outra.

Quanto mais olho para os sentimentos, mais admiro essa expressão da perfeição. Perfeito: "que reúne todas as qualidades concebíveis; completo". Sentimentos são o bem, são o mal, são o bom, são o mau, são tudo que há pra ser, na medidade certa, na medida natural. Sentimentos são a expressão do mundo. Sentimentos são o mundo. O mundo são os sentimentos. Nós somos sentimentos. Eu sou sentimentos.

Sentimentos são complexos por serem perfeitos. Difícil entendê-los, impossível controlá-los. Não existem sentimentos só bons ou só ruins, todos trazem algo dos dois. O importante é, portanto, saber tirar o que cada um traz de melhor, e conviver com o que cada um traz de pior.

26.05.07

Devaneios II

Como posso saber se estou apaixonado?

É comum ouvir algo do tipo "ninguém além de você pode te dier se você está apaixonado". Faz sentido. Concordo. Afinal, "estar apaixonado" é algo totalmente íntimo, talvez a coisa mais íntima que existe. E subjetiva também: "estar apaixonado" tem um significado pra cada pessoa. Por melhor que alguém te conheça, ainda é preciso sentir o que você sente para poder indentificar quando isso se torna uma paixão.

"Ninguém além de você pode te dizer se você está apaixonado". A verdade às vezes é um pouco incoveniente. E se eu também não souber se estou apaixonado? E aí? Ninguém sabe?

É, ninguém sabe.

Já disse uma vez, sentimentos são traiçoeiros quando querem. Da mesma forma que é interessante o que o coração e a cabeça fazem com a gente.

Minha concepção de amizade sempre me foi uma benção. Ter grandes amigos significa tanto...! Sempre facilitou minha vida, tornou-a mais feliz, agradável, prazerosa, gratificante, ... , melhor. Super-valorizar a amizade sempre fez dela minha maior força. Força tão forte. Pondo-a acima do amor pra mim, entcontrei uma posição em que nunca tive problemas com sentimentos, senão só alegrias.

Mas colocando amizade acima do amor, tendo, inclusive, amizades mais fortes que amores, tornou-se surpreendentemente dicídil ver um amor em meio à amizade, caso ele exista. Identificar um amor em uma amizade que por si só é mais forte, maior que um amor... confesso que ainda não descobri como.

"Ninguém além de você pode te dizer se você está apaixonado". E se eu também não souber se estou apaixonado? E aí? E se não realmente importar se eu estou apaixonado? E aí? Aí... aí tudo bem.

11.05.07 (20h54)

Devaneios I

É interessante o que o coração e a cabeça fazem com a gente. Às vezes parece que eles sabem das coisas mas não contam pra gente, só pra ver a reação. Não faz muito sentido, eu sei. Mas é curioso... ver os dois brincando, me colocando na roda, de bobo.

Quer um exemplo?

Já experimentou ficar longe de pessoas que você ama? Ou mesmo pensar na possibilidade... Parece que abre um buraco no oração, como se tivesse arrancado um pedaço fora, mesmo porque, na verdade, arrancou. Cê sente aquela dor, aquela angústia, aquela saudade infindável.

Mas aí, numa oportunidade qualquer, cê conversa com alguém. Uma conversa boa, longa, rara. E aquilo tudo some. Ou melhor, aparece. Aquele pedaço arrancado do coração. Tá lá de novo, cê sente ele, quente como nunca. E isso te faz pensar. Tirar a pessoa da vista, do alcanse, não tira ela do coração. Se não eu ia sentir essa cratera no coração todo santo dia quando eu viesse pra casa.

O quê que muda? Muda o pensamento. Todo santo dia quando eu venho pra casa, eu tenho na cabeça que "eu vou ver a pessoa amanhã". Agora, quando eu fico longe dessa pessoa, eu tenho na cabeça que "eu não vou ver ela amanhã". Pensar na presença da pessoa me "aproxima" dela. Pensar na ausência, me "afasta". E não só fisicamente. Daí o buraco no meu coração. Eu não tenho que pensar na presença ou na ausência de Fulano. Eu tenho que pensar é no Fulano.

Se você ama alguém, essa pessoa está no seu coração. E se você pensa nela, você está próximo dela. Ela não vai sair do seu coração. E você não vai ficar longe dela. Nunca. Nunca.

A parte curiosa é que tudo isso te traz ao ponto onde você começou: você já sabia disso tudo antes. Sabia que a amizade forte e verdadeira dura. Sabia que quem você ama tá guardado no seu coração pra sempre. Sabia, sim. Mas o susto de ter que pôr essas certezas à prova te fez esquecê-las... até você lembrar delas.

Agora... vai me dizer que isso não são sua cabeça e seu coração fazendo hora com sua cara...

29.04.07 (23h15)

Devaneios, do baú

Antes de ter o blog aqui, eu costumava andar pra cima e pra baixo com "cadernos de bobagens". Abandonei essa prática, talvez pela comodidade de digitar.

Recentemente, tive um impulso de voltar a tacar um caderno na mochila, pra, caso me viesse alguma vontade, escrever, onde quer que eu esteja. Resolvi seguir o impulso, pra variar (sem sarcasmo).

Peguei um caderno já começado. Parei com ele, constatei depois de folheá-lo, no comecinho de 2008, sendo que a última coisa minimamente lírica foi um rascunho de uma carta de aniversário, novembro de 2007.

Folheando o caderno, reencontrei alguns textos que eu nem lembrava que tinham sido escritos; alguns, inclusive, que eu tinha esquecido que adorava. Vou reprografar alguns deles aqui agora.



Obs.: Reprografação fiel, erros gramaticais inclusos. =p

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

(Um título ia estragar isto aqui...)

O frio na barriga que começa com calafrio gostoso de um calor forte que sobe a espinha e mergulha na doce embriaguez em que a mente se banha, nadando na nascente da alma, a qual desemboca no profundo interior de um céu turvo e límpido, viajando como uma montanha-russa por alvoradas e crepúsculos sucessivos e coinicidentes, se confundindo com a voracidade da correnteza quente e vivaz que trilha as veias, afogando a veracidade de sentimentos e pensamentos no surrealismo de sensações e imaginações dentro do coração, que toca remetendo a the power of the music of the night, a qual ensina a let your mind start a journey through a strange, new world, leave all thoughts of the world you knew before, let your soul take you where you long to be - only then can you belong to me.

E, pertencendo a mim, pertencemos ambos a esse estranho e novo mundo, onde nada é tudo, e nada é corpóreo, e tudo é etéreo e impalpável, inclusive eu, você, nós e aquilo que nos levou àli. Afinidade é uma das coisas mais geniais que Deus criou, né não?! Quando rola, rola... Quando não rola, não rola. Quando rola, pertencemos um ao outro e ao estranho, novo, etéreo, impalpável mundo que pertence ao que o criou e nos levou até ele: nossa afinidade.

E afinidade, como uma das mais geniais criações de Deus, comporta aquilo em que consiste o tal Reino d'Ele: amor. Afinidade conta, cria, vive inumeráveis, ou initerruptas, como queira, histórias e estórias de amor. Why do I fall in love with every woman I see who shows me the least bit of attention? Porque esse mero interesse é o bastante pra dar o frio na barriga. E tudo começa com o frio na barriga.

domingo, 19 de agosto de 2007

Squally gust

Squally gust é uma espécie de tempestade, por definição, uma rajada em que os ventos sopram em todas as direções, de forma aleatória e descontrolada.

Figurativamente falando, aplico o termo a outro tipo de storm: uma brainstorm.

Traduzindo: aproveitando esse meu sentimento de "eu sei" (post de baixo), aqui vai uma série de pensamentos, meio aleatórios, de acordo com o que minha mente for cuspindo. 8)

Ao longo dos últimos três dias, eu passei por uma metamorfose de estados/pensamentos bastante intensa.... Saí do meu normal, estilo jogue suas mão para o céu e agradeça se acaso tiver alguém que você gostaria que estivesse sempre com você, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê; levei uma cacetada na cabeça de um pensamento do tipo mas como eu não tenho ninguém, eu levo a vida assim tão só; e, por fim (eu acho), cheguei nesse eu sei, por qualquer poesia, por qualquer magia, por qualquer razão.

Eu sei... Agora eu sei que sei. E acho que isso, se não for o que conta mesmo, ajuda bastante. Todo mundo deveria saber. E feliz é quem sabe.

Citando meu amigo Raphael, "vai e volta, de um lado pro outro, pula, gira, estremece; vai encontrar lá, na última nota de um fraseado, no último metro desse caminho , a retidão". Agora que eu sei, tá dando pra ver a reta... me parece que minha alma, regada aqui e ali, fala comigo, me ajuda a me manter no "caminho certo".

Posso estar errado. Mas, mesmo que esteja, enquanto eu ainda souber, dá pra continuar feliz. Acho que tá bom... :)

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Se me permitem uma pequena conversa de tenista - acabou de começar a segunda semi-final do Masters de Cincinnati -, me ocorreu o quanto esse esporte me faz bem, em especial pelo tanto que ele me ensina. O tênis "treina" algumas importantes virtudes e habilidades: calma/frieza, raciocínio rápido, reflexo, perseverança/teimosia, (muito) respeito, humildade, perfeccionismo, correr pra caralho. Lições importantes... ******************************

Já pararam pra observar as cores da vida?

Cada pontinho, aqui e acolá, tem potencial pra emanar um arco-íris das mais belas luzes... só depende de quem vê.

Beleza... A beleza está nos olhos de quem vê, de certa forma, sim... porque ela vem do coração: você vê em uma flor, refletida, a beleza que você atribui a ela em seu coração.

Pensando dessa forma, é fácil abraçar o clichê "a vida é bela". Ela é! Se ela tem potencial pra ser, e só depende de quem vê, significa que a beleza está lá, ali, aqui... é só saber vê-la.

A felicidade ajuda a ver essa beleza. Alguém feliz, alegre, bobo, vê beleza em tudo. Mas acho que poucos sabem que o contrário também vale: saber ver as belezas das coisas ajuda a ser feliz. It really does. ^^

Experimenta, uma hora, sentar na varanda e olhar. Olhe as plantas, as flores, os animais, as coisas... pense nas pessoas que você ama, em lembranças boas...


Minha varanda ^^


... e depois me conta se não deu uma renovada no seu espírito. ;)

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Falando em ver beleza, saiba, também, vê-la nas pessoas.

I mean...

Talvez a grande coisa que aprendi na vida tenha sido a ver as pessoas. "Ver" como está descrito no dicionário: conhecer ou perceber pela visão; assistir a; compreender; observar; reparar em; perceber, sentir. Um contemplador de pessoas, como gosto de me dizer.

É algo como uma habilidade e um passatempo: olhar para uma pessoa, para seu rosto, seus olhos, ouvi-la falar, como ela fala, o quê ela fala, com quem ela fala...

Na primeira reunião de pais e professores desse ano, na escola, eu fui com minha mãe. Ela queria conhecer os meus professores, e eu gostava dessas coisas. Teve o "primeiro momento" no auditório, a escola toda junta; depois, no "segundo momento", primeiro e segundo anos (90% eram pais) juntaram em uma sala de aula, aonde os professores iam se apresentar. Sentei na primeira carteira da parede (curiosamente, agora que parei pra pensar, o mesmo lugar que tenho sentado o ano todo), do lado da minha mãe, na cara dos professores, mais perto dos que não estavam falando - de modo que dava pra eu trocar uma palavra, um sorriso ou uma risada com eles. Falaram todos, um por um (os do primeiro e os do segundo anos, já que tavam misturados lá, primeiro e segundo anos). Bia, Nelo, Nilton, Carla, Ivaninha, Zezé, Waldir, Alba, Else, Berna, Leila, Nilton, Else, Nilton, Carla (matemática e português sempre dão mais problema com o povo). Foi muuuuuuito legal! Adorei tudo, inclusive meus professores novos, que eu só tinha tido uma semana pra não conhecer direito. Prestei atenção neles, no que eles falaram, na expressão deles.... por quase duas horas.

No caminho pra casa, minha mãe, com o interesse também muito despertado, vinha me perguntando sobre um e outro. Terrível com nomes, como ela é, era "a de história... era aquela pequenininha, de colete...?", "o de matemática era o de camisa social preta?", "a de biologia... aquela de cachecol...?"... Eu virava pra ela: "nossa, mãe, não sei... nem prestei atenção na roupa deles... lembro não...". E o incrível é que eu realmente não lembrava. Prestei tanta atenção neles, mas não no que eles estavam vestindo, no brinco que estavam usando, no penteado... Eu olhava pra eles mas não era isso que eu via...

Eu gosto de contar essa história, porque é um exemplo muito bom pro que eu quero dizer.

Ser um contemplador de pessoas é olhar para as pessoas e vê-las, não como estão vestidas ou como aparentam, mas como são, ver seus espíritos, como gosto de pensar, por falta de melhor expressão. Eu consigo ter um gosto muito maior pelas pessoas, fazendo isso. Só de olhar pra elas, só de vê-las, pouco que seja, muitas vezes passo a gostar delas, como se as conhecesse. Porque eu aprendi a ver as belezas escondidas dentro delas, camufladas pelas roupas, maquiagens, circunstâncias...

Soa muito super, dito poeticamente assim... Não acho que seja assiiiim tãããão grande coisa. Acredito, sim, ser algo fantástico. Mas que qualquer um pode fazer. É só querer e praticar. ;)

E é tão bom e faz tão bem...!! ;))


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Bom, acho que chega né...

Gostei desse squally gust, foi bom. :]

Ah, muito obrigado a quem chegou até aqui, viu? Obrigado pelo interesse. 8)