CIENTIFICISMO + LIRISMO

Mas a vida é tão maior que as palavras...

"(...)quando o acontecimento não cabe nas palavras, eu costumo usar as palavras, ao contrário, para caberem no acontecimento. Não é a mesma coisa, né, mas quase serve."

(Thami)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

And the Oscar goes to...

...Heath Ledger, for The Joker, in The Dark Knight.

Mais uma vez ( http://marcolinoo.blogspot.com/2008/08/por-trs-do-caos-e-das-trevas.html ) presto aqui minha homenagem.

E agradeço à Academia pelo prêmio e pela justiça. É o mínimo que ele merece.



sábado, 14 de fevereiro de 2009

Exame

Já perdi a conta de quantas vezes ouvi a pergunta você acredita em amor à primeira vista?, algumas até dirigidas a mim. Nesses casos, sempre tive a resposta seca na ponta da língua:



não.

Não, porque tal idéia contraria uma das minhas mais fortes crenças e, a meu ver, uma das leis mais absolutas da natureza: a lei da afinidade.

Os afins se atraem; naturalmente somos levados a conviver com pessoas e a vivenciar experiências que condizem com nosso estado de espírito. Faça a experiência: saia, um dia, andando por algum corredor, impassivo, inexpressivo - repare no número de "bom dia"s ou mesmo de cumprimentos mais secos que você colecionará; no dia seguinte, saia com a cara amarrada, pisando forte, emanando mau humor - repare na redução drástica dos cumprimentos; no próximo, saia com um sorriso na cara, andando leve, simpático - haverá mais cumprimentos e bem mais "bom dia"s que no primeiro dia e, definitivamente, que no segundo.

Bom, agora quanto ao amor: é o sentimento maior que existe, o mais forte, o mais pleno. E, obedecendo à lei da afinidade, ele é cultivado. Você não pode amar uma pessoa logo que a vê pela primeira vez, pois vocês não se conhecem, não há nada que leve à formação dos laços entre ambos os espíritos, os quais constituem o amor. Amor à primeira vista contraria a lei da afinidade, porque pressupõe a formação do sentimento mais complexo que existe em uma fração de momento, sem haver tempo para se fortalecer qualquer atração.

Mas..... Eventos recentes me despertaram a dúvida: será mesmo que contraria?

Vejamos a coisa por outro ângulo:

Acho que é bastante evidente para todos que o nosso estado de espírito/emocional influencia mais do que só nós mesmos. Mas eu acredito que não são somente nossas emoções mais explícitas que transparecem, mas também a nossa essência. Não há como escondermos quem somos, nossa essência. Não precisamos falar, nem mesmo agir para sentirmos aquilo que somos, e isso é o bastante para emanarmos uma energia, que é reflexo daquilo que somos. (Não tenho conhecimento/estudo nem na área religiosa nem na científica que abrangem essa questão suficiente para não ser vago - não vou usar termos como "aura", "astral", etc - mas acredito que dê pra pegar a idéia.) Por que a mera presença, sem necessidade de fala, ação, nada, de um amigo é o suficiente para nos fazer bem?; por que uma mera conversa com alguém razoavelmente mais agressivo nos oprime? (Perguntas retóricas.) Eu acredito, sim, que nossos espíritos emanam energias/vibrações "próprias", características, e que podem ser percebidas e que dizem sobre tal espírito.

Patindo dessa idéia (já disse, mas repito: foda-se a reforma =p ), é aceitável acreditar que duas pessoas, dois espíritos, ao se encontrarem pela primeira vez, podem interagir, ser influenciados um pelo outro, ter uma "amostra" um do outro? Acredito que sim.

E, nessa situação, é também aceitável que, em um caso excepcional talvez, essa primeira interação, influência, "amostra" possa ser tão afim para ambos, ou para um (amor à primeira vista tem que ser recíproco?), que leve ao despertar de um sentimento forte, intenso, complexo como o amor?

Bom, depois de refletir aqui enquanto escrevo, devo dizer que minha resposta para a segunda pergunta permanece não.

Mas

não creio haver para mim agora nenhuma dúvida de que é possível, nessa situação, que se desperte um sentimento muito forte, não tanto quanto o amor, mas, ainda assim, muito forte. Um mix de fascinação, encantamento, carinho, afeto, até um pouco de paixão e desejo, naquele sentido de querer ficar junto, querer ter uma história - e, por que não?, querer ter amor.

De fato, isso não é amor. Não existe amor sem convivência, sem história. Mas isso existe. E é forte. E natural.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Vivaaa Las Vegas!

Diz-se que um dos atrativos de Las Vegas é que, lá, você pode ser você quiser ser.

Bom, eu aplico a mesma constatação ao ingresso na universidade.




Primeiro dia de aula, 6 da tarde, à espera da van, no portão, com aquele frio na barriga, que até o mais frio-calculista de todos sente. A van chega, subo, lanço ao ar um cumprimento geral, dou uma olhada em volta, antes de bater a porta - uma meia decepção, talvez por ver só duas quarentonas com perfil de vendanovense e uma trintona loura com pouco sal (uma era a Márcia Pica-Pau, a loura ainda não guardei o nome, a outra não ando com muita certeza se existe ou se contei errado quando entrei =p ), especialmente depois que o Everaldo, motorista boa-praça-toda-vida que conquistou meu afeto e simpatia desde que ele veio na véspera mostrar a van e acertar preço e horário, disse que "só tinha 3 homem na van, o resto era tudo mulher" -, vou pra perto da janela, no meio, e fico lá, meio contra-a-vontademente retraído. A van vai seguindo sua rota eu-Planalto-via-Cristiano-Guimarães-e-muitas-voltas-Cristiano-Machado-br-anel-alguns-nós-cegos-puc, e subiram mais dois, se não me falha a memória: João, figura interessante, um pouco caricaturesca, meio sisudo mas sem deixar de aparentar simpatia, fez com que me sentisse um pouco mais seguro (não sei bem se é essa a palavra), curiosamente por ser o único homem além de mim, veterano de mecânica, cheio de graça com todo mundo; e a Gio(pronunciado Djo, que parece, por sinal, ser o apelido dela)vana, lourona grandona, rosto lindo, com um sotaque agradavelmente irritante sulista. Chegando na puc, uma parte do pessoal desce em uma entrada que eu não conhecia, aparentemente do lado oposto à principal; eu vou junto, já que o João disse ser mais perto pra nós. Vamos andando, eu, João, Márcia e mais uma (acho que a que não sei se existe), passamos o estacionamento menorzinho, atravessamos o portão e contornamos o prédio que acredito ser de economia - Márcia e a outra ficam -, e saímos perto do trailer atrás do prédio 43 - já me localizei. Vou andando com João, até que, no trailer, a gente se separa, ele vai pro DCE (eu ainda não sabia onde era) pegar alguma coisa, eu vou indo, pela rampa e subindo alguns lances de escada, até a sala 503, 5º andar. Entro, meio ressabiado, sento no canto, na frente, em frente à porta. Fico observando o povo (sem primeiras impressões que mereçam ser comentadas). Isso era quase 7 horas, horário da aula. Daí a pouco, aparece a Jéssica (funny story, tell you later) e senta do meu lado, pra me tranquilizar que estávamos na sala certa - ou pelo menos ambos errados - e ficamos ali, tentando associar com pouco-quase-nenhum sucesso as figuras orkúticas às figuras de carne e osso, a esperar pelo professor de gaal, que chegou uns bons 15 minutos atrasados. A essa altura e ao longo da aula de gaal, duas impressões: o professor é pra lá de interessante e parece que fala sozinho / dá aula para si próprio; tem uma quantidade absurdamente grande (pra engenharia) de mulheres na sala!, mais de 15!, e a maioria não se enquadra no estereótipo da engenheira - deixa de raspar o suvaco, fala grosso, cospe no chão e coça o saco - !

Bom... A partir daí, as coisas deixam de ser tão truncadas e começam a fluir com uma naturalidade aconchegante como poucas. E isso, no meu caso, quer dizer, dentre outras coisas, que me lembro de poucos fatos factuais - a maioria das memórias passou a ser processada em forma de sentimento, e é assim que me lembro delas, e é assim que vou narrá-las.

No intervalo, nos encontramos, eu e Jéssica, com o Alexandre-Baiano ("em todo meio que você vai, sempre tem alguém que chamam de Baiano", eu comentei com eles) e fomos lanchar, leeeeem baixo. A conversa rendeu bastante, até. Voltamos, aula de química. Outra figura de professor, esse uma figuraça-aça-aça-aça.

Mais tarde, de volta à van, já chego com um ar de extremo conforto. E esse ar, que circula por meus pulmões e ao meu redor, aniquila qualquer resquício daquela meia decepção e a substitui por uma simpatia/afeto/carinho por aquelas mesmas pessoas, totalmente desproporcional ao tempo passado com elas; eo ar faz também com que eu me sinta ali como imagino que um atacante se sinta, com a bola, dentro da pequena área, sem goleiro, numa final de Copa do Mundo: não há no mundo inteiro coisa mais fácil e segura e natural que botar aquela bola pra dentro e correr pro abraço, pra glória, pro paraíso-na-terra.

E assim está sendo minha vida na ida e, especilamente (explanarei a seguir), na volta.

É na volta que a maioria das pessoas vem. O João e a Márcia Pica-Pau (a risada dela é idêntica à do Pica-Pau!), duas figuraças; a Priscila, caloura de psicologia, com cujo santo o meu cruzou instantaneamente, e que é viciada em futebol desde que machucou o tornozelo jogando quando era criança e a mãe proibiu de jogar, até explicou pra Carol (já falo dela) o que era impedimento, sob olhar embasbacado dos três homens em volta ali (eu, João e Fred (meu veterano, figura meio sem graça, que sempre atrasa a gente)); a Stephanie (não faço idéia (e foda-se a reforma da gramática) da grafia), caloura de direito, mais quietinha, mas como eu me dou bem com gente assim, conversamos um pouco durante uma ou duas voltas, com cujo santo o meu também cruzou; o Eduardo, faz geografia!, gente fina até falar chega, daquelas figuras que parece que emana simpatia, sabe?; a Carol, não lembro de que curso >.< , faz parte de um quadrado hilário amoroso, junto com João, Manu (de quem sei nada, mas de quem também gostei) e Márcia, e que (ainda a Carol), até ontem, sempre chegou depois de mim e sentou no fundo, de modo que não consegui vê-la direito, só ouvir sua voz apaixonante, até hoje, aniversário dela, que rendeu uma mini festinha dentro da van com pizza e refrigerante (dei um kinder ovo pra ela, ahuHAUHAUahuAHUHAUHha, eu sou criança demais XD ), e me possibilitou ver a figura, e vi uma figura que me encantou com uma familiriadade curiosa; outros dois calouros, Rafael (educação física, meio anti-social, primeiro a ser pego em casa, último a ser entregue, sempre quieto no canto ouvindo música) e Nara (sósia da Cássia Eller, como diz o João, e não só na aparência, como na atitude e no temperamento), com quem tive pouco contato; e mais alguns cujos nomes ainda não guardei, o que indica que ainda não me socializei muito com eles, o que não me impediu de gostar deles todos; e o Everaldo, que vem fazendo jus à primeira impressão de boa-praça-toda-vida. E o melhor: todo mundo se dá bem com todo mundo, a viagem de uns 40 minutos da puc àqui em casa é preenchida com conversa praticamente initerrupta, envolvendo praticamente todo mundo.

De volta à sala, a convivência vem sendo mais homeopática. Jéssica continua a única no nível da galera da van - ou melhor, ninguém além da galera da van chegou no nível da Jéssica, pra ser mais justo. Mas já tenho uma turminha mais chegada: Baiano, todo doidinho; Pedro e Leonardo, visinhos da Jéssica. figuras bacanas, e David (?), não, Hélio (!), quem não tenho muita certeza sobre como entrou pra turma, mas com quem mais simpatizo, além da Jéssica. Ser o criador/dono da comunidade da turma no orkut me rende alguns contatos a mais com mais algumas pessoas, todas extremamente, sumpimpamente agradáveis e promissoras - alguns contatos só, já que a comunidade conta só com 1/4 da sala =p . Tem uma outra menina que tem me deixado intrigado, esses dias, por eu acreditar que ela fez Chromos comigo (e por eu já ter simpatizado com ela no Chromos)(nunca nos falamos), mas ainda não tive a cara-dura de tirar a história a limpo.

Vale dizer que, numa turma onde poucos se conhecem e a grande maioria ainda está bastante tímido em meio aos estranhos/colegas, eu estou tendo uma perfeita oportunidade pra passar a limpo um dos grandes itens que sempre quis revisar no meu texto: minha extroversão. Timidez estava escrito all over a base do meu texto antigo, e nunca pude "consertá-la" por completo, mesmo entando preparado para isso há algum tempo. Agora estou tendo a chance de trabalhar, e trabalhar muito bem, nisso.

Very well, then......

Diz-se que um dos atrativos de Las Vegas é que, lá, você pode ser quem você quiser ser. Bom, eu aplico a mesma constatação ao ingresso na universidade: todo mundo novo; você pode ser amigo de quem você quiser; ninguém sabe quem você é; você (onde ponho "você", leia-se "eu") tá louco pra que as pessoas, especialmente as de que você mais gostou, te conheçam; você tem chance de construir o seu texto (fazendo alusão à Teoria da Enunciação (Mundo de Papel!! \o/ )), um novo texto, a partir do zero, como se passasse a limpo o texto até ali construído: mantendo as coisas de que gosta; acrescentando as coisas que sempre quis, mas nunca pôde encaixar no contexto anterior; eliminando as coisas de que não gosta.

Um novo texto! E você tem a oportunidade de não só ser esse novo texto para os novos amigos, mas também para si mesmo!: aproveite a chance de mudar para se melhorar. Passe seu texto a limpo e deixe-o melhor que nunca!

Estou feliz e empolgado com esse meu novo texto (tanto suas partes antigas quanto as novas) de uma forma que não me lembro de já ter estado.



E isso é ótimo para o trabalho! ;D

sábado, 7 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

I miss you

Esta vai pra uma série de pessoas, especiais.
:*



(...)I know I'll see you again, whether far or soon, but I need you to know that I care, and I miss you.
(By Incubus)

http://letras.terra.com.br/incubus/18983/
http://letras.terra.com.br/incubus/180904/